Relatos reais de uma noite que gostaria de esquecer.


Começarei contando algo que me aconteceu quando ainda era uma menina, com meus 10 a 11 anos. Meus avós sempre moraram no campo e quando eles faleceram deixaram a casa para meus pais.

Sempre que podíamos, nos finais de semana, reuníamos alguns parentes e íamos passar o final de semana na casa.

O lugar durante o dia era maravilhoso, tínhamos um rio e uma pequena cachoeira no terreno. Tínhamos muitas arvores grandes ao redor da pequena casa de madeira que se encontrava bem no meio do terreno. Não era uma vegetação fechada mas haviam varias arvores dispersas ao redor da casa. O casebre era minusculo, com 2 quartos, uma sala, cozinha e banheiro.

Durante a noite o ambiente se tornava muito diferente, como ficava longe de tudo, uns 30min de carro ate o vizinho mais próximo, não havia nada alem da escuridão ao redor do terreno. Naquela noite em especial as coisas ficaram muito mais estranhas.

Logo depois de um dia todo brincando com meus primos na agua fomos direto a casa de madeira junto de meus pais e minha tia. Estávamos todos na sala jogando Banco Imobiliário quando o primeiro trovão se ouviu ao longe. Sem percebermos tudo havia ficado mais escuro do que normalmente.

Como vimos a proximidade de uma tempestade forte, fechamos toda a casa, e aguardamos na sala. Era comum faltar luz na casa e não achamos estranho quando as luzes se apagaram.

Eram 21:00 hrs e tudo estava completamente escuro lá fora, as nuvens negras cobriram todo o céu e só conseguíamos ver as luzes dos raios entre as arvores que rodeavam a casa. As luzes das velas davam um ar fúnebre a aquela noite assustadora. Todos estavam calados ouvindo os estrondos que nos cercavam. Ninguém ali queria demonstrar medo dos trovões mas o som cada vez mais alto deixava as coisas mais apavorantes.

Tudo ficou pior a medida que um barulho agudo começou a vir da floresta. Não demorou muito para percebermos que eram gritos. Sim, gritos de uma pessoa. Todos ficamos alertas, rapidamente corremos para a janela para ver de onde vinham os gritos. Ficava cada vez mais forte e mais próximo, pudemos distinguir um grito de mulher. Com a certeza deque alguém estava a gritar meu pai abriu a porte rapidamente e saiu com uma pequena lanterna a pilha. Olhava admirada meu pai com uma coragem invejável andando por meio das arvores em um breu quase absoluto.

A chuva ainda não caia, apenas o vento raivoso e os raios compunham o senário. Dependurados na pequena janela de madeira todos vigiávamos a luz da lanterna de meu pai andando entre as arvores. Ele gritava e perguntava se havia alguém ali mas só havia gritos cada vez mais altos.

Subitamente a luz da lanterna se apagou, o grito da mulher sessou e por um segundo o vento e qualquer outro barulho da floresta, ate mesmo os trovões, pararam. Prendemos a respiração e todos ficaram esperando atônitos para tentar ver ou ouvir o que poderia ter acontecido.

Para o espanto de todos um grito surgiu, mas não era feminino, era meu pai. Vimos a lanterna reaparecer e ele correr de volta a casa. Abriu a porta desesperadamente e a fechou trancando-a na mesma hora. Todos estávamos preocupados para saber o que tinha acontecido, ver meu pai tão corajoso com aquele rosto pálido e uma expressão de medo me fez sentir um calafrio subindo minhas costas ate minha nuca. O que ele encontrou la fora?

Fizemos dezenas de perguntas mas ele não respondeu, apenas se apressou em verificar se todas as janelas estavam fechadas e as portas trancadas. Rispidamente ele disse para fecharmos todas as cortinas e ficarmos todos juntos na sala.

Eu segurando o choro fiquei abraçada em minha mãe juntamente com todos sentados no chão ao redor da mesinha da sala.

Repentinamente os gritos recomeçaram e dessa vez parecia estar mais próximo, meu pai agitado antava para um lado e para outro com o celular na mão tentando fazer uma ligação inutilmente. Nada funcionava. Então rapidamente ele disse que teríamos que ir embora, disse para embarcarmos no carro e sairíamos dali o mais rápido possível.

Só a ideia de sair daquela casa me paralisava de medo, aqueles gritos, o vento o barulho dos galhos das arvores me apavoravam. Meu pai juntou todos nos e disse que quando abrisse a porte todos iriam correr para o carro.

Com a lanterna na mão e todos na frente da porta, meu pai se preparava para abri-la quando de repente o grito. Mais forte do que nunca, mas dessa vez ele vinha do lado de fora da porta. Todos nos demos um berro de susto. Quase ao mesmo tempo a pequena janela de madeira se abre empurrando a cortina e com o vendo apagando as velas de cima da mesa.

O que aconteceu a seguir não sei explicar muito bem. Tudo estava escuro e pude ver duas ou três cenas graças aos clarões dos raios.

Vi meu pai colocando a mão na janela para fecha-la, vi minha mãe com um isqueiro na mão para acender as velas e vi algo que gostaria de não ter visto, uma silhueta do que parecia ser uma pessoa do outro lado da janela olhando para dentro. Não consigo distinguir se era realmente uma mulher, mas não tinha cabelos e não parecia ter olhos, apenas buracos, nem boca e nem nariz. Meu pai ligou a lanterna em sua mão e minha mãe conseguiu acender as velas.

Em meio a choros e soluços todos nos nos abraçamos, meu pai se juntou só grupo e os gritos continuaram a nos perturbar.

Nunca fui muito religiosa mas naquela note eu orei com todos da família suplicando por minha vida.

Rezamos em vós alta a Ave Maria, repedimos algumas vezes e rezamos tão alto que aos poucos os gritos foram sumindo.

Ninguém dormiu aquela noite, ficamos inertes abraçados uns aos outros ate o dia começar a clarear. Assim que meu pai abrir a porte e verificou as redondezas corremos para o carro e fomos embora.

Meu pai nunca disse o que viu, acho que foi a mesma coisa que eu, ninguém comenta esse acontecimento aqui em casa. Graças a isso minha família voltou a ir a igreja, hoje em dia não sigo mas essa religião mas dês desse primeiro encontro com o sobrenatural sei que existe algo lá fora. O que é, eu não sei, mas não olharia pela janela novamente para descobrir…

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